A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) ameaça «entregar as chaves» às Nações Unidas para que a Organização se responsabilize pelo povo, pelos territórios e pela ocupação israelita. A opção foi adiantada à AFP, sob reserva de anonimato, por um alto responsável da ANP e da OLP, o qual revelou, ainda, que a hipótese foi colocada aos EUA exigindo que estes desbloqueiem as negociações de paz com Israel.

A ANP manifesta abertura para prolongar o diálogo até ao final do ano, como propõem norte-americanos e israelitas, mas pretende que os sionistas libertem os palestinianos que deveriam ter saído dos cárceres a 29 de Março. Os palestinianos reclamam, igualmente, que Israel suspenda a construção de novos colonatos, a expulsão de palestinianos e a destruição de habitações, as detenções e ofensivas militares. De acordo com a ONU, só na semana de 8 a 14 de Abril, as forças armadas de Tel Aviv mataram um palestiniano, feriram mais de uma centena, desalojaram 40 pessoas e demoliram 15 casas.

Entretanto, dia 17, assinalou-se o Dia do Preso Palestiniano. Desde 1967, cerca de 800 mil palestinianos foram detidos e presos por Israel. Em Portugal, o Conselho Português para a Paz e a Cooperação, divulgou uma nota na qual sublinha que «urge pôr fim a décadas de ocupação, de violência, de discriminação, de humilhação, de perseguição, de negação constante do direito inalienável do povo palestino à sua terra, aos seus recursos, ao seu desenvolvimento económico, social e cultural, à liberdade e à independência».